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6 novembre 2022 7 06 /11 /novembre /2022 16:53
En portugais pour nous, et une partie en français traduite pour eux
 

Au sujet de Bolsonaro par Ivann Lago professeur en sociologie                                                                      "....Il prend un profond plaisir lorsque son plus grand dirigeant porte des accusations moralisatrices contre des personnes mécontentes, et lorsqu'il prêche la mort des « bandits » et la destruction de tous les opposants.

En regardant le spectacle d'horreur quotidien produit par le « mythe », ce citoyen n'est pas touché par l'aversion, par la honte des autres ou par le rejet de ce qu'il voit. Au contraire, il ressent le Jair qui vit à l'intérieur de chacun d'eux, qui dit exactement ce que lui-même voudrait dire, qui déverse sa version refoulée et cachée dans le monde souterrain de son moi le plus profond et le plus vrai.

Le « Brésilien moyen » ne comprend pas le système démocratique et son fonctionnement, l'indépendance et l'autonomie entre les pouvoirs, le besoin d'isonomie du pouvoir judiciaire, l'importance des partis politiques et le débat d'idées et de projets qui incombe au pouvoir Congrès national. C'est cette ignorance politique qui le fait jouir lorsque le président encourage les attaques contre le Parlement et le STF, des instances considérées par le « citoyen ordinaire » comme lentes, bureaucratiques, corrompues et inutiles. Les détruire n'est donc pas, selon lui, une menace pour l'ensemble du système démocratique, mais une condition nécessaire à son bon fonctionnement.

Ce Brésilien ne descend pas dans la rue pour défendre un dirigeant fou et médiocre ; il criera pour que sa propre médiocrité soit reconnue et valorisée, et se sente accueillie par d'autres fous et médiocres qui forment une armée de marionnettes dont la force soutient le gouvernement qui le représente.

Le "Brésilien moyen" aime la hiérarchie, aime l'autorité et la famille patriarcale, condamne l'homosexualité, considère les femmes, les Noirs et les Indiens comme inférieurs et moins capables, est dégoûté des pauvres, bien qu'il soit incapable de se rendre compte qu'il est aussi pauvre que ceux qui condamner. Il voit la pauvreté et le chômage des autres comme un manque de fibre morale, mais il perçoit sa propre misère et son manque d'argent comme la faute des autres et un manque d'opportunités. Elle exige du gouvernement toutes sortes d'avantages que la loi lui assure, mais trouve absurde que d'autres, surtout les plus pauvres, bénéficient du même avantage.

Peu de fois dans notre histoire, le peuple brésilien a été aussi bien représenté par ses dirigeants. C'est pourquoi il ne suffit pas de se demander comment il est possible qu'un Président de la République soit si indigne de ce poste et conserve pourtant le soutien inconditionnel d'un tiers de la population. La question à laquelle il faut répondre est de savoir comment des millions de Brésiliens maintiennent en vie des normes aussi élevées de médiocrité, d'intolérance, de préjugés et de manque de sens critique au point de se sentir représentés par un tel gouvernement ?

   
 
 
 
 
 
 
 
 
O JAIR QUE HÁ EM NÓS
Ivann Lago
Professor e Doutor em Sociologia Política
 
“O Brasil levará décadas para compreender o que aconteceu naquele nebuloso ano de 2018, quando seus eleitores escolheram, para presidir o país, Jair Bolsonaro. Capitão do Exército expulso da corporação por organização de ato terrorista; deputado de sete mandatos conhecido não pelos dois projetos de lei que conseguiu aprovar em 28 anos, mas pelas maquinações do submundo que incluem denúncias de “rachadinha”, contratação de parentes e envolvimento com milícias; ganhador do troféu de campeão nacional da escatologia, da falta de educação e das ofensas de todos os matizes de preconceito que se pode listar.
Embora seu discurso seja de negação da “velha política”, Bolsonaro, na verdade, representa não sua negação, mas o que há de pior nela. Ele é a materialização do lado mais nefasto, mais autoritário e mais inescrupuloso do sistema político brasileiro. Mas – e esse é o ponto que quero discutir hoje – ele está longe de ser algo surgido do nada ou brotado do chão pisoteado pela negação da política, alimentada nos anos que antecederam as eleições.
Pelo contrário, como pesquisador das relações entre cultura e comportamento político, estou cada vez mais convencido de que Bolsonaro é uma expressão bastante fiel do brasileiro médio, um retrato do modo de pensar o mundo, a sociedade e a política que caracteriza o típico cidadão do nosso país.
Quando me refiro ao “brasileiro médio”, obviamente não estou tratando da imagem romantizada pela mídia e pelo imaginário popular, do brasileiro receptivo, criativo, solidário, divertido e “malandro”. Refiro-me à sua versão mais obscura e, infelizmente, mais realista segundo o que minhas pesquisas e minha experiência têm demonstrado.
No “mundo real” o brasileiro é preconceituoso, violento, analfabeto (nas letras, na política, na ciência... em quase tudo). É racista, machista, autoritário, interesseiro, moralista, cínico, fofoqueiro, desonesto.
Os avanços civilizatórios que o mundo viveu, especialmente a partir da segunda metade do século XX, inevitavelmente chegaram ao país. Se materializaram em legislações, em políticas públicas (de inclusão, de combate ao racismo e ao machismo, de criminalização do preconceito), em diretrizes educacionais para escolas e universidades. Mas, quando se trata de valores arraigados, é preciso muito mais para mudar padrões culturais de comportamento.
O machismo foi tornado crime, o que lhe reduz as manifestações públicas e abertas. Mas ele sobrevive no imaginário da população, no cotidiano da vida privada, nas relações afetivas e nos ambientes de trabalho, nas redes sociais, nos grupos de whatsapp, nas piadas diárias, nos comentários entre os amigos “de confiança”, nos pequenos grupos onde há certa garantia de que ninguém irá denunciá-lo.
O mesmo ocorre com o racismo, com o preconceito em relação aos pobres, aos nordestinos, aos homossexuais. Proibido de se manifestar, ele sobrevive internalizado, reprimido não por convicção decorrente de mudança cultural, mas por medo do flagrante que pode levar a punição. É por isso que o politicamente correto, por aqui, nunca foi expressão de conscientização, mas algo mal visto por “tolher a naturalidade do cotidiano”.
Se houve avanços – e eles são, sim, reais – nas relações de gênero, na inclusão de negros e homossexuais, foi menos por superação cultural do preconceito do que pela pressão exercida pelos instrumentos jurídicos e policiais.
Mas, como sempre ocorre quando um sentimento humano é reprimido, ele é armazenado de algum modo. Ele se acumula, infla e, um dia, encontrará um modo de extravasar. (...)
Foi algo parecido que aconteceu com o “brasileiro médio”, com todos os seus preconceitos reprimidos e, a duras penas, escondidos, que viu em um candidato a Presidência da República essa possibilidade de extravasamento. Eis que ele tinha a possibilidade de escolher, como seu representante e líder máximo do país, alguém que podia ser e dizer tudo o que ele também pensa, mas que não pode expressar por ser um “cidadão comum”.
Agora esse “cidadão comum” tem voz. Ele de fato se sente representado pelo Presidente que ofende as mulheres, os homossexuais, os índios, os nordestinos. Ele tem a sensação de estar pessoalmente no poder quando vê o líder máximo da nação usar palavreado vulgar, frases mal formuladas, palavrões e ofensas para atacar quem pensa diferente. Ele se sente importante quando seu “mito” enaltece a ignorância, a falta de conhecimento, o senso comum e a violência verbal para difamar os cientistas, os professores, os artistas, os intelectuais, pois eles representam uma forma de ver o mundo que sua própria ignorância não permite compreender.
Esse cidadão se vê empoderado quando as lideranças políticas que ele elegeu negam os problemas ambientais, pois eles são anunciados por cientistas que ele próprio vê como inúteis e contrários às suas crenças religiosas. Sente um prazer profundo quando seu governante maior faz acusações moralistas contra desafetos, e quando prega a morte de “bandidos” e a destruição de todos os opositores.
Ao assistir o show de horrores diário produzido pelo “mito”, esse cidadão não é tocado pela aversão, pela vergonha alheia ou pela rejeição do que vê. Ao contrário, ele sente aflorar em si mesmo o Jair que vive dentro de cada um, que fala exatamente aquilo que ele próprio gostaria de dizer, que extravasa sua versão reprimida e escondida no submundo do seu eu mais profundo e mais verdadeiro.
O “brasileiro médio” não entende patavinas do sistema democrático e de como ele funciona, da independência e autonomia entre os poderes, da necessidade de isonomia do judiciário, da importância dos partidos políticos e do debate de ideias e projetos que é responsabilidade do Congresso Nacional. É essa ignorância política que lhe faz ter orgasmos quando o Presidente incentiva ataques ao Parlamento e ao STF, instâncias vistas pelo “cidadão comum” como lentas, burocráticas, corrompidas e desnecessárias. Destruí-las, portanto, em sua visão, não é ameaçar todo o sistema democrático, mas condição necessária para fazê-lo funcionar.
Esse brasileiro não vai pra rua para defender um governante lunático e medíocre; ele vai gritar para que sua própria mediocridade seja reconhecida e valorizada, e para sentir-se acolhido por outros lunáticos e medíocres que formam um exército de fantoches cuja força dá sustentação ao governo que o representa.
O “brasileiro médio” gosta de hierarquia, ama a autoridade e a família patriarcal, condena a homossexualidade, vê mulheres, negros e índios como inferiores e menos capazes, tem nojo de pobre, embora seja incapaz de perceber que é tão pobre quanto os que condena. Vê a pobreza e o desemprego dos outros como falta de fibra moral, mas percebe a própria miséria e falta de dinheiro como culpa dos outros e falta de oportunidade. Exige do governo benefícios de toda ordem que a lei lhe assegura, mas acha absurdo quando outros, principalmente mais pobres, têm o mesmo benefício. 
Poucas vezes na nossa história o povo brasileiro esteve tão bem representado por seus governantes. Por isso não basta perguntar como é possível que um Presidente da República consiga ser tão indigno do cargo e ainda assim manter o apoio incondicional de um terço da população. A questão a ser respondida é como milhões de brasileiros mantêm vivos padrões tão altos de mediocridade, intolerância, preconceito e falta de senso crítico ao ponto de sentirem-se representados por tal governo?”
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7 septembre 2021 2 07 /09 /septembre /2021 03:28
les pêcheurs ceuilleurs de Santiago de Iguape, survivront-ils? photo guy capdeville

les pêcheurs ceuilleurs de Santiago de Iguape, survivront-ils? photo guy capdeville

"Au Brésil aujourd’hui, le président Jair Bolsonaro est sous le coup d’une commission d’enquête, accusé de charlatanisme pour avoir promu des traitements inutiles (mais le qualificatif «o charlatão» est réservé par la presse à un immense scientifique français dont la réputation internationale n’est plus à faire). Il est aussi accusé d’avoir retardé la campagne vaccinale, et de corruption.

 

Jaqueline Ferreira, 58 ans, professeure à l’Institut d’études en santé collective de l’université de Rio de Janeiro, retrace la trajectoire du coronavirus dans son pays :

 

«2020 a commencé comme toutes les autres au Brésil. Après le carnaval en février, nous nous préparions à la fin des vacances d’été et à la rentrée en mars. Et la nouvelle du premier décès dû à une infection au coronavirus à Rio de Janeiro est tombée. Si sur la scène internationale, la reconnaissance officielle de la maladie a été quasi immédiate, ici au Brésil, les autorités ont fait preuve de déni dès le début. Le gouvernement fédéral n’a adopté aucune mesure pour contenir le virus, le Président lui-même a adopté des postures contraires aux recommandations internationales, provoquant des rassemblements, allant à la rencontre des gens, leur serrant la main, ne portant pas de masque. “C’est juste une petite grippe”, disait à cette époque Jair Bolsonaro afin de minimiser la maladie. Lorsque des journalistes l’interrogeaient plus tard sur la progression de la pandémie, il répondit : “Et alors ?” Lorsqu’on le questionna ensuite sur l’augmentation de la mortalité il rétorqua “Je ne suis pas fossoyeur”. Les autorités fédérales ont tenté de dissimuler des données officielles en menaçant la presse, surnommant par exemple, TV Globo, la plus grande entreprise de télécommunications du pays qui avait pourtant contribué à l’élection de Bolsonaro, “TV Funerária“. Tout ceci a instillé dans la population le doute envers les recommandations des médecins et des organismes comme l’Organisation mondiale de la santé.

 

«Chaos sanitaire et funéraire»

 

«Les patients ont tout de même été accueillis par le service public, le Système de santé unifié (SUS), seul système de santé universel d’Amérique du Sud. Jair Bolsonaro n’a pas soutenu le SUS, et a même fortement critiqué certaines de ses initiatives, comme les hôpitaux de campagne improvisés dans des lieux publics pour traiter exclusivement les patients atteints de Covid. Il a exhorté ses partisans à les envahir pour montrer

qu’“il n’y a pas tant de malades que ça”. Et ils l’ont fait. Et ils ont perpétré des actes de violence envers les professionnels de santé. Les fake news ont circulé plus vite que le virus lui-même et les morts n’ont cessé de s’empiler, les hôpitaux étant vite surpeuplés. Les lits ont manqué dans les centres de soins intensifs en pénurie d’oxygène, les morts ont été enterrés dans des fosses communes. Ce fut le chaos sanitaire et funéraire.

 

«Le Brésil a été le protagoniste, avec les Etats-Unis, d’un autre épisode lamentable : la promotion de l’utilisation de la chloroquine. En mars 2020, Donald Trump avait mentionné la chloroquine comme médicament pour la guérison et la prévention du Covid-19 en demandant à la Food and Drug Administration (FDA) de l’autoriser pour cet usage. Quelques heures plus tard, Bolsonaro publiait une vidéo défendant la chloroquine. Le surlendemain, le ministre de la Santé de l’époque, le médecin Luiz Henrique Mandetta, permettait aux médecins de prescrire de la chloroquine même pour les symptômes légers. Peu après, il est revenu sur sa décision et a été congédié. Le président du Conseil fédéral de médecine, la plus haute instance représentante du milieu médical du pays, Mauro Ribeiro, approuva l’utilisation de la chloroquine, y compris pour les symptômes légers, s’alignant ainsi sur le gouvernement Bolsonaro. A l’opposé, le médecin infectiologue à la Fondation Oswaldo Cruz, Marcos Lacerda, a mis en place une équipe de recherche en Amazonie qui a démonté l’hypothèse de l’efficacité de la chloroquine pour le traitement du Covid-19. Le médecin et chercheur a été durement attaqué par Bolsonaro et ses partisans jusqu’à nécessiter encore aujourd’hui une escorte policière pour sa famille et pour lui. Cette séquence d’événements montre que les intérêts qui se cachent derrière ces choix ne sont aucunement liés à une quelconque preuve scientifique, mais bien à des questions politiques, économiques et idéologiques. Au Brésil, la chloroquine a été produite principalement par les laboratoires de l’armée brésilienne et par des hommes d’affaires bolsonaristes qui ont vu leurs profits augmenter de façon vertigineuse. Il s’en est suivi une ruée frénétique vers les pharmacies à la recherche du médicament.

 

«Ainsi, l’émergence du Covid-19 a montré comment les inégalités structurelles du pays dans lequel les populations pauvres, noires et indigènes – beaucoup plus touchées par la maladie et par les décès que les classes moyennes et supérieures, blanches – sont considérées comme des “corps tuables”. Un pays où l’Etat s’arroge le droit de laisser vivre les uns au détriment des autres, ou plutôt de les faire mourir lentement, à la lumière de ce que le théoricien camerounais Achille Mbembe appelle la “nécropolitique”.

 

«En décembre, le Royaume-Uni a commencé les premières vaccinations contre le Covid-19 dans le monde. Les Etats-Unis, le Canada et l’Union européenne ont rapidement suivi. Et au Brésil, pendant ce temps ? Bolsonaro a ignoré 81 mails de la société Pfizer tout en se déclarant opposé à la vaccination obligatoire et en affirmant qu’il ne serait pas responsable des effets secondaires des vaccins : “Si vous vous transformez en crocodile, c’est votre problème.” Il a également déclaré que lui-même ne se ferait pas vacciner, puisqu’il avait déjà contracté le virus. La vaccination a malgré tout démarré en janvier, mais très lentement et sans vaccin ARNm, vaccin le plus efficace face au variant découvert à Manaus.

 

«Les événements survenus dans l’Etat d’Amazonas dans lequel les patients hospitalisés pour Covid sont morts en raison de l’omission de l’achat d’oxygène par le gouvernement fédéral, l’achat massif et la promotion de la chloroquine, dont l’inefficacité était prouvée, et la démission de deux ministres de la Santé, ont amené le Sénat à créer une Commission d’enquête parlementaire (CPI) le 24 avril pour se pencher sur la responsabilité du gouvernement fédéral dans cette tragédie. Après de longues auditions autour de la question de la chloroquine et de la pénurie d’oxygène, la commission d’enquête se concentre aujourd’hui principalement sur les irrégularités dans l’achat de Covaxin, vaccin indien, peu efficace et surfacturé, révélant un important système de corruption impliquant directement le président de la République. La CPI s’accompagne d’immenses mouvements de protestations dans les rues où les pancartes contre les traitements précoces se mêlent aux pancartes en faveur de la vaccination, et à des témoignages personnels de proches de patients morts parce que le vaccin n’a pas été déployé assez tôt.

 

«Aujourd’hui, à la fin du mois d’août, le Brésil atteint 577 000 décès, ce qui le place en deuxième position mondiale derrière les Etats-Unis. Selon les spécialistes, 400 000 d’entre eux aurait pu être évités grâce à des mesures sanitaires efficaces et des vaccinations en temps voulu. Des familles entières ont succombé et l’on voit déjà les “orphelins du Covid-19” que sont les milliers d’enfants qui ont perdu leurs parents à cause de la maladie. Les familles des victimes du Covid ont déposé une plainte auprès du bureau du procureur général contre Jair Bolsonaro.

 

Système de santé publique affaibli par les politiques néolibérales

 

«En ce mois d’août, seuls 26 % de la population brésilienne a été entièrement vaccinée et l’on peut déjà observer une réduction des décès et des hospitalisations. Les écoles et certaines universités rouvrent enfin leurs portes. Les professionnels de santé continuent de lutter face à un système de santé publique de plus en plus affaibli par les politiques néolibérales. Le “Que meure qui doit mourir” pour le bien de l’économie illustre la tragédie brésilienne et le mépris affiché pour la vie de la part des dirigeants du pays. La valeur de nombreuses vies n’a pas été prise en compte. Et ces insécurités sanitaires et économiques s’additionnent dans un contexte où les attaques contre la démocratie se manifestent de plus en plus ouvertement.»

 

Luiz Eduardo Soares est un écrivain célèbre, spécialiste des questions de sécurité publique, et un temps ministre de l’Intérieur dans le premier gouvernement Lula. Professeur de science politique à l’université fédérale de Rio de Janeiro, il vient de publier un livre sur le fascisme brésilien. En mars, il m’avait écrit ceci :

 

«Mon ami, tu ne vas pas le croire. Hier, à São Leopoldo, dans l’Etat du Rio Grande do Sul, les bolsonaristes, habillés en or et vert, aux couleurs de l’équipe de football, ont fait un salut solennel à une boîte géante de chloroquine, au son de l’hymne national. Au début, je n’y ai pas cru. Puis j’ai pensé que c’était une parodie, une performance chorégraphique comique de ceux qu’on appelle les Bolsominions. Enfin, j’ai conclu que le fascisme a ses spécificités : il transforme la déconstruction critique en une exhortation à la foi négationniste. En d’autres termes, il réduit les valeurs traditionnelles à leur version la plus primitive et la plus grossière, annihilant tout vestige de richesse et de dignité historiques, pour les servir, empoisonnées par une stérilité infectieuse, dans le banquet éhonté qui célèbre la misère intellectuelle et morale.

 

«Le fascisme brésilien porte au public sa propre déconstruction, pour qu’aucune pierre ne reste sur la pierre, pour qu’il n’y ait aucun doute sur le fait que la relation avec la parole du leader n’est pas soumise à des critères de vraisemblance, de rationalité, de civilité et de modestie. La servitude est mise à nu, de manière pornographique. Le fascisme n’a pas besoin de critique pour se dénuder. Il se révèle, n’a pas de profondeur, s’épuise dans la surface épidermique, il avoue sa propre ignominie.»

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12 avril 2021 1 12 /04 /avril /2021 12:27

Contrairement à la TAP, les vols vers le Brésil continuent avec AIR FRANCE; faudra aller jusqu'à Sao Paulo et passer par Paris pour revoir le printemps dans le Gers.

Vaut mieux changer hémisphère, l'hiver arrive ici avec son cortège de pluie, de vent et de ciel gris. L'été est bien fini.

photo Nicky Hebrard

photo Nicky Hebrard

Et pourtant ce vendredi saint était le jour du retour en France. Hélas la TAP a annulé le vol et faudra encore continuer à vivre de poissons, crevettes et beaucoup d'eau de mer.

Ce n'est pas demain que je changerais d' hémisphère et de mode de confinement; quel dommage.

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7 avril 2021 3 07 /04 /avril /2021 22:46
C'était un rêve, non une réalité

Aujourd'hui, la mer a tout emporté, même les cocotiers, il ne reste rien.

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17 mars 2021 3 17 /03 /mars /2021 18:56

VERS UNE AUTRE ÎLE, DÉSERTE.

photos Nicky Hébrard

photos Nicky Hébrard

Avec le capitaine de la Bela Anisia et ses 70 ans de navigation dans les îles du coin, on est sûr d'arriver à bon port.

Avec le capitaine de la Bela Anisia et ses 70 ans de navigation dans les îles du coin, on est sûr d'arriver à bon port.

On approche de Mangabeira

On approche de Mangabeira

Un oiseau blanc nous signale l'approche

Un oiseau blanc nous signale l'approche

JE VOUS EMBARQUE
JE VOUS EMBARQUE
Et pas besoin de masque, il n'y a personne
Et pas besoin de masque, il n'y a personne

Et pas besoin de masque, il n'y a personne

JE VOUS EMBARQUE
JE VOUS EMBARQUE

Faut quand même penser au retour vers la civilisation et son Covid

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24 janvier 2021 7 24 /01 /janvier /2021 15:36

Et maintenant qu'il n'y a plus de plage on ne peut que nager quelques heures tous les jours.

foto Alfaia         On reste dans l'eau pour le coucher du soleil

foto Alfaia On reste dans l'eau pour le coucher du soleil

Pas un bruit, personne à proximité, rien à faire sinon regarder. Et le spectacle évolue sans arrêt.

Pas un bruit, personne à proximité, rien à faire sinon regarder. Et le spectacle évolue sans arrêt.

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21 mars 2020 6 21 /03 /mars /2020 22:21
photo Alfaya. Nicky et Guy en compagnie d'Eduardo, l'autre nageur de Cacha Prego

photo Alfaya. Nicky et Guy en compagnie d'Eduardo, l'autre nageur de Cacha Prego

On aurait du être dans l'avion, enfin à cette heure à l'aéroport , car notre retour en France était prévu le 20 avec la TAP. Le vol a été  annulé et à ce jour en raison du coronavirus l'aéroport est fermé; on parle pour 45 jours. Nous voilà prisonnier de cet enfer doré 

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17 février 2020 1 17 /02 /février /2020 23:43
   SURVIVRE

Obligé de tuer du poisson pour se nourrir. Ici pas de supermarché ni de véhicule pour faire des achats,

pas de poste à essence, ni de télé, ni de journaux. Sans prevenir une pirogue est arrivée à la pointe de l'île et a jeté un filet; ce fut une aubaine pour acheter un bar "robalo" de deux kilos vivant.

Avec la farine de manioc, du lait de coco et du citron on va pouvoir faire une moqueca.

On trouve des avocats et des mangues aussi. Heureusement une boutique vend de la bière et de la cachaça pour faire l'apéritif d'arachide grillée. 

Le prochain coup ce sera des crevettes avec des bananes cuites, un régal. 

 

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8 février 2020 6 08 /02 /février /2020 20:21
C'est parti, la pointe de l'île est déjà loin

C'est parti, la pointe de l'île est déjà loin

Le repaire au milieu du trajet, c'est la boé verte

Le repaire au milieu du trajet, c'est la boé verte

Nager en mer ouverte comme un animal marin

Nager en mer ouverte comme un animal marin

La plage du continent approche

La plage du continent approche

C'est gagné, presque une heure trente de traversée. J'aurais pu faire moins mais un courant de marée montante me déportait sur la gauche

C'est gagné, presque une heure trente de traversée. J'aurais pu faire moins mais un courant de marée montante me déportait sur la gauche

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19 février 2019 2 19 /02 /février /2019 15:12
Le rassemblement à lieu sur la plage pour faire la traversée jusqu'à Cacha Pregos. Ils ont fait le plein de biére. Photo g. capdeville

Le rassemblement à lieu sur la plage pour faire la traversée jusqu'à Cacha Pregos. Ils ont fait le plein de biére. Photo g. capdeville

Les bâtaeux en plastique et autres Jetski ne sont pas de la fête.

Les bâtaeux en plastique et autres Jetski ne sont pas de la fête.

Une course de voiliers a lieu tous les ans sur le trajet du retour vers Cacha Pregos

Une course de voiliers a lieu tous les ans sur le trajet du retour vers Cacha Pregos

Chacun prépare sa voilure au mieux.

Chacun prépare sa voilure au mieux.

 

Il y a même mon accompagnateur pour ma traversée à la nage avec Bela Anizia

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Présentation

  • : photojournalisme
  • : photographe de presse fut mon premier métier ; avec l'argentique les photos n'étaient pas retouchées. Elles étaient imprimées en noir et blanc comme à la prise de vue, c'était de vrais documents. Aujourd'hui avec le numérique toutes les photos sont retouchées
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